Desde 2002 quando iniciamos a busca pelo esporte para equestre, implantado por esta Fundação, definitivamente, em 2003 com apoio do CPB, não paramos de pesquisar novas opções para podermos trazer ao convívio do cavalo cada vez mais aficionados pelo esporte equestre.
Inicialmente havia apenas uma opção, o Para Dressage. A busca pelo movimento perfeito, entretanto, requer muita dedicação e, apesar de termos muitos adeptos, não satisfazia plenamente a população de pessoas com deficiência.
No esporte equestre regular existem 7 disciplinas, fora o para equestre, mais as da modalidade western. Por que não trazer isto também para o nosso público?
Pois bem, hoje já temos mais opções a oferecer: tambor, enduro, rédeas. E não vamos parar por aqui. Todos tem que ter as mesmas opções oferecidas ao esporte regular.
O tambor de para atletas já é reconhecido pela ABQM, o para enduro acabou de ser ser reconhecido pela CBH, com o primeiro Campeonato Brasileiro de Para Enduro que aconteceu dia 28 de setembro 2019, no Paraná, e o para rédeas é reconhecido pelo WPRC.
Apenas o para dressage é disciplina paralimpica apesar de a FEI reconhecer também a para atrelagem que, pelo elevado custo, não conseguimos introduzir ao nosso público.
Precisamos trazer estas opções para os nossos para atletas, sem contudo esquecer um outro segmento muito esquecido dentro do esporte equestre, o das deficiências intelectuais. Paralelamente ao alto rendimento estamos desenvolvendo também as modalidades adaptadas e as de lazer.
Há 3 nomenclaturas a serem compreendidas:
No esporte inclusivo o atleta com deficiência física ou intelectual não se vale desta condição para obter complacência dos juízes. Ele participa da competição na qual ele se sente habilitado, sem qualquer diferença de regras ou julgamento.
No esporte adaptado, o atleta é principalmente o deficiente intelectual e conta com regras especiais que valorizam o esforço e a participação. O nível no qual vai competir é decidido pelo treinador ou tutor.
No para desporto, o nível de dificuldade a ser enfrentado é definido por uma avaliação funcional e o atleta só entra na competição quando alcança o nível definido para ele. É um esporte de alto rendimento que exige o máximo do atleta e só os melhores são contemplados. Visa o deficiente físico.
Então vamos ao nosso tema que é o ESPORTE PARA EQÜESTRE, ou seja, uma disciplina de alto rendimento que conta agora com várias modalidades:
Dressage (adestramento clássico), atrelagem, 3 tambores, rédeas e enduro.
Destes apenas o dressage é esporte paralimpico; atrelagem e rédeas tem competições mundiais; enduro acabou de ser reconhecido pela CBH e 3 tambores é chancelado pela ABQM.
O mais técnico e, a meu ver, mais difícil, é o dressage que exige, além de um ótimo cavalo, muito treino, concentração, memória, domínio sobre sutilizas de movimentos corporais.
O Brasil está partindo com uma equipe de 4 cavaleiros para a 5ª paralimpiada tendo na bagagem várias medalhas conquistadas.
No tambor temos vários cavaleiros e amazonas campeões que mostram destreza e coragem pelos campeonatos realizados principalmente no Estado de São Paulo.
Rédeas está iniciando com apresentações para divulgação da modalidade nos encontros da ABQM, com o objetivo de mostrar que deficiência não é ineficiência.
E por onde começa tudo? Sempre pela CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL, onde o atleta recebe seu PERFIL FUNCIONAL e GRAU. A finalidade disto é dividir os atletas em várias categorias de dificuldade de acordo com a funcionalidade apresentada, de modo que, a competição se torne justa fazendo competir entre si pessoas com dificuldades similares.
O polo de classificação funcional, no Brasil, é a FUNDAÇÃO RANCHO GG, onde está sediada a única classificadora internacional FEI da America Latina.
O que é um CLASSIFICADOR FUNCIONAL FEI? Sempre um fisioterapeuta, com conhecimento equestre, habilitado pela Federação Eqüestre Internacional. A ele cabe a avaliação segundo métodos certificados, do atleta, definição de que tipo de ajudas compensatórias pode utilizar durante uma competição, acompanhamento do evento esportivo para verificação de segurança das ajudas e eventuais ajustes.
Consultoria para treinadores e organizadores também faz parte das funções de um classificador.